CALMARIA NO FIM DE ANO

Crônica publicada no dia 23 de Novembro de 2008 no jornal Já!

Então podemos passar o Natal mais tranqüilos? Segundo o técnico Dunga, sim! Claro!!! Foi uma noite reluzente e ofuscante aos olhos das 19 mil pessoas que compareceram (por um alto preço pago no ingresso) ao jogo entre Brasil e Portugal no estádio do Bezerrão em Brasília. Um passeio da seleção brasileira: 6 a 2 em cima da equipe do candidato a melhor do mundo desse ano, Cristiano Ronaldo.

Um desfile, sem dúvida. Aliás, fazia tempo que não se via o jogador honrando a "amarelinha" como naquela quarta-feira. O enaltecido ego em estar jogando ao lado de craques, além de vestir a camisa do país sucumbia o amor e a paixão em honrar o trajar um uniforme marcado por história e inúmeras glórias. Ontem, a vontade de jogar pelo Brasil dispertou-se de um sono de vários jogos de duração - resultado suficiente para fechar o ano com chave de ouro, ou melhor dizendo, com boas impressões da seleção brasileira de futebol.

É...Relativamente, apazigüaram-se as águas por onde navegava a caravela de Dunga. Não pelas quais nossa humilde jangada navega. Para o brasileiro torcedor, o jogo terminou logo depois de desligar a TV; a vida, nosso caro treinador, continua difícil. Fim de ano tranqüilo só os que já têm a conta no banco bem alimentada, a carteira recheada (e olha que não são só 'reais', ouvi dizer de notas diferentes) e as despesas, quando são pagas, mal fazem cócegas em seus bolsos.

Sonho nosso! Pelo menos pessoalmente, fico pasmo quando dizem que o mercado do futebol vai sofrer com a crise econômica mundial. Os cartolas falam de milhões como se fossem trocados...Quero para mim então, não é vero? A situação está complicada, insisto em dizer. Mais bancos fundindo-se em função do abalo financeiro no mundo com intuito de não quebrarem; a alta do dólar; sem contar com os problemas pessoais de cada um. Nossas expectativas não estão tão boas assim não.

De certo, o Natal será comentado à moda de cada - sem, no entanto, os luxos que uns, inclusive os da "amarelinha", terão - como também, no Ano Novo, todos vestirão o costumeiro branco para juntos torcerem para um ano mais promissor. Por sinal, tenho uma convicção: num só coro, nunca será tão cantarolada a música conhecida por ser entoada na passagem do ano: "(...) MUITO DINHEIRO NO BOLSO, saúde para dar e vender!"; isso sim é estar tranqüilo!