Paletas

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

UM MAL NECESSÁRIO

Crônica publicada no jornal Já! no dia 16 de Novembro de 2008.

Maldita e abençoada seja essa tal de crise financeira. Ela é dividida assim mesmo, em extremidades, das quais tiraremos as angústias e as alegrias reservadas a um futuro próximo. A realidade factual, a situação da crise é um rio divisor de terra: de um lado, apartam-se as inseguranças do período; do outro, os benefícios (se é que lhe venha algum à mente no momento). Ou ainda compará-la à conhecida faca de dois gumes - o dito mais usado em circunstâncias ambíguas como essa.

Todo mundo escuta falar, em primeira mão, do lado negro da crise do mercado mundial. E isso é logico. O brasileiro atenta-se ainda mais quando seu bolso está sendo ameaçado. Um tiro no peito. Então, minuciosamente, as informações são absorvidas, assimiladas, armazenadas e, na prática, convertidas em ações de maiores cuidados possíveis com o dinheiro. O comprar tornou-se algo a ser repensado, afinal as formas de pagamento mudaram, os juros foram modificados e o dim-dim vai que vai. Para completar, os créditos que não chegam! Se estava difícil, a tendência é ficar um pouquinho mais; entretanto, nada que amedronte esse povo impávido, já familiarizado - em sua grande maioria - com dificuldades constadas na vida do considerado brasileiro de carteirinha.

Do lado oposto dessa moeda existem suposições mais iluminadas pela luz do otimismo. Quem não sabe da questão dos carros? Ficaram pasmos com os estoques exorbitantes, frutos de conseqüências do abalo econômico? Pois é... As montadoras sofrerão prejuízos, sem dúvida alguma. Todavia, carros não faltarão; fato garantido. Recorda de um lugar importante com problemas na superlotação de automóveis? Ah, poxa vida: São Paulo, é claro! Os milhões de habitantes paulistanos afogam em fumaça de combustíveis queimados pela frota de motores funcionando simultaneamente. Agora a boa notícia. Pense bem: até que a crise perdure, menos carros novos chegarão às ruas. Um pouco de alívio, minha gente: São Paulo não morrerá asfixiado tão logo!

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