Neste Dia do Trabalho, feche as portas para o mundo e se desligue. Vire a plaquinha da entrada da loja para “FECHADO” sem medo algum. Deixe o telefone tocar, as cartas amarelarem na caixinha do correio, a louça por lavar, as folhas secas voarem com os ventos de Maio... Calce chinelos nos pés sem se preocupar com horários de ir e vir. Acorde duas horas depois que os dias normais e tome um café da manhã caprichado, aquele inexistente na semana do corre-corre.
Banhe-se demoradamente, ao ponto de lavar até a alma. Ao vestir-se, não tenha o luxo de escolher as roupas por marcas, por ocasiões, ou ainda tentar evitar usar as mesmas dos últimos dias. Pince, de preferência, as mais confortáveis para conjugá-las ao chinelo dos pés. E voilà! Desprenda-se de compromissos previamente marcados; seja inusitado e faça tudo que der na telha de última hora. Cate o telefone e disque para os amigos. Uma cerveja, um cinema, um futebol, bater perna no parque... Tudo vale quando é Dia do Trabalho.
Evite irritar-se. Caso seja inevitável, por que não sentar na sarjeta e olhar para o céu? Ora, ainda se preferir, conte até 10, 20, 100 ou mesmo até 1000. Tire o dia também para os filmes que lhe agradam mais, para conversar com os vizinhos e para jogar baralho na praça. Sinta a brisa do sossego, ouça o cântico dos passarinhos enquanto estica as pernas na rede da varanda. Se quiser, leia, mas sem ter a mesma preocupação com o leão que se aproxima, com a gripe suína se alastrando e tampouco com as peripécias costumeiras do mundo político.
Enfim, hoje é o Dia do Trabalho. Aos que se consideram abatidos demais pelas cargas intensas de labuta, larguem, então, as inchadas e aliviem, pelo menos por um dia, as mãos calejadas. É hoje o dia de fazer tudo, menos trabalhar.
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