UM QUASE BENTO DE BIGODES

Crônica publicada no dia 8 de Fevereiro de 2009 no jornal Já!.

Decretos celestes puseram em cheque o Holocausto. É estranho questionar a chacina nazista, pois quem a conta não são livros fantasiosos, entretanto a História. Já amarelas as páginas deste inesquecível acontecimento, parte da Igreja Católica Apostólica Romana, cujo representante é o papa Bento XVI, insiste em duvidar. Quanta teimosia, hein?

O bispo Richard Williamson bateu o pé e se recusou a aceitar, motivo pelo qual a cúria católica e o Conselho dos Judeus mantinham-se com relações cortadas. De fato, um único membro dos representantes divinos na Terra inibia atuações políticas e diplomáticas sadias de toda instituição. O alemão Richard, por sua vez, era excomungado, mas rumores ecoavam pelos corredores do Vaticado de sua reabilitação ao bispado. Não tardou para os judeus se inflamarem contrários à volta de Williamson às sacras vestes.

Bento XIV, aparentemente arrependido de sua atitude após pedido da chanceler Angela Merkel, atendeu-a em reação às possíveis consequências frutificadas da conduta. Fogos e alívio geral dos judeus. Os 6 milhões, mortos no Holocausto cometido por Hitler, aplaudem de pé no conforto do “céu” que estiverem.

Resta dizer ao papa que teve sorte. Conivência seria acobertar a morte de várias pessoas sem manifestar revolta. Imaginem só: o chefão nazista e Bento XVI, não se esqueçam, são conterrâneos. Uma bela impressão ao mundo. Coincidências de lado, mandamentos divinos, dogmas religiosos, seriam violados. E o tal de “não matar”, ignora-se? Adiante, o embasamento construído sobre o “amor para com o irmão” e o respeito seriam totalmente descartados. Esta é a verdadeira identidade da Igreja Católica, alicerçada em teorias e desprovidas da prática religiosa? Ufa, acharam que fosse. Desta vez, passou raspando.